As japonesas 'irritantes' com o braceio 'igual':
Merche Esmeralda (1947 ou 1950-?), Belén Maya (1966) e Rocío Molina (1984), todas na mesma coreografia e cada uma no seu babado de braceio, no seu jeito de corpo:
Flamenco permite a expressão individual, o seu gestual, dentro do vocabulário de movimento, da estética de uma linguagem de dança com o código 'fechado' (Fechado pois tem sua semiologia específica e clara, porém é vivo, respira, é permeável). Não precisa entrar na fôrma, não precisa ser 'tudinho bissolutamente iguarzinho'.
O bacana é sentir seu corpo, entender de onde nasce o movimento, como ele percorre seu corpo. A partir das sensações, do perceber e do entendimento, nascerá a forma individual, adequada ao código da dança.
Flamenco é dança teatro, torna-se importante uma relação meio a meio, metade pra dentro onde cada um está consigo, metade pra fora por onde nos ligamos ao espectador. Não se faz necessário fingimento, fabricar um simulacro emocional: a carga emocional do dia, do próprio gesto embutido na dança basta.
Por isso, o início das aulas é tão precioso, quando com ajuda de técnicas desenvolvidas por entendedores do corpo como Laban e sua discípula Bartenieff, os brasucas Klauss Vianna, Ivaldo Bertazzo e Ângela Santos, é possível tornar o corpo mais sensível, a consciência mais perceptiva e interessada em compreender.
Bora praticar, gastar os tacones, abrir o ouvido para as sonoridades,
aguçar os sentidos do corpo, de dentro para fora e de fora para dentro.
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